3.2.10

Imensidão

Enterro os meus pés na areia. O molhado e o frio percorrem milímetro a milímetro os sítios mais recônditos dos meus pés. É como em câmara lenta. Depus na fina areia a toalha que trouxe. Laranja com flores amarelas. Nada de estampados feios e que ceguem os olhos. Nada disso. Simples como eu. Sentei-me e olhei para a suavidade do mar. A imensidade do oceano acalma-me. Foi nesta altura que me deparei com os meus sentimentos. Podia escrever. Rabiscar umas palavras soltas enquanto estou sozinha na ignorância do crepúsculo. Todos os meus sentimentos estavam numa folha de papel. À volta estavam uns gatafunhos em forma de coração. Tudo no amor exige de nós uma capacidade tamanha para se saber lidar. É tudo tão complexo. Mas tão delicioso e tão agradável. Penso em ti quando a minha vida abranda. Quando não tenho mais nada com que ocupar o meu tempo. Mas não quero ter-te dentro de mim. Fazes-me sofrer mas por outro lado sorrir. Como te posso odiar sabendo que te amo? São estes os momentos que consigo saber o que pretendo. Instantes estes que estou junto da escura solidão. Trespasso o meu medo e sinto-me viva. É aí que me apercebo que tenho de lutar com todas as minhas forças por aquilo que quero. Quero-te a ti. Assim te digo que vou lutar por ti, meu amor.


1 comentário:

  1. Definitivamente um dos teus melhores textos na minha opinião. Gostei mesmo =)

    Beijinho <3

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